Autismo Nível 1: sinais e sintomas principais

Postado em: 23/05/2024

O Autismo Nível 1 apresenta uma série de características únicas que podem ser sutis mas significativas. Este artigo visa elucidar os sinais e sintomas principais desta condição, utilizando o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição (DSM-5), como referência principal. A compreensão desses aspectos é crucial para identificar e apoiar adequadamente os indivíduos com essa condição. Preparamos um vídeo com exclusividade sobre o DSM-5 e o Autismo Nível 1, você pode assistir o material clicando no play abaixo e também acompanhar as informações pelo artigo:

O DSM-5 e o Autismo Nível 1

Saiba mais sobre o DSM-5 e o autismo nível 1:

O que é o DSM-5?

O DSM-5 é um manual utilizado por profissionais da saúde mental para diagnosticar e classificar transtornos mentais. Ele fornece descrições, sintomas e outros critérios necessários para diagnosticar uma variedade de condições psiquiátricas, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dentro do TEA, o autismo nível 1 é categorizado como uma forma onde a necessidade de suporte é menor em comparação aos níveis mais severos, mas ainda assim essencial para o indivíduo.

Diagnóstico profissional

Para ser diagnosticado com autismo nível 1, um indivíduo deve passar por uma avaliação detalhada conduzida por profissionais treinados. Essa avaliação contemplando os sinais de autismo inclui a análise de comportamentos comunicativos, sociais e repetitivos, seguindo os critérios estabelecidos pelo DSM-5.

Sinais e sintomas principais segundo o DSM-5

Veja sinais de AUTISMO NÍVEL 1:

Comunicação social e Autismo Nível 1

A comunicação social é frequentemente um desafio para indivíduos com autismo nível 1. Eles podem ter a linguagem preservada—capacidade de falar claramente e corretamente—mas ainda assim enfrentam dificuldades significativas na comunicação efetiva. Isso se manifesta na dificuldade de iniciar interações sociais, um interesse reduzido por essas interações e tentativas muitas vezes estranhas e mal sucedidas de fazer amizades.

Comportamentos restritivos e repetitivos

Os comportamentos restritivos e repetitivos são marcas típicas do autismo, inclusive no nível 1. Esses podem incluir rotinas rígidas, resistência a mudanças na rotina diária ou hiperfocos em interesses específicos que são mais intensos e limitados do que os encontrados em indivíduos neurotípicos.

Diferença entre linguagem e comunicação

Embora a linguagem possa estar preservada, a comunicação não verbal, que inclui o uso de gestos, expressões faciais e o tom de voz, é frequentemente prejudicada. Indivíduos com autismo nível 1 podem falar de maneira monótona e apresentar uma não sincronia entre a linguagem corporal e a fala, dificultando a comunicação eficaz.

Necessidade de apoio

Apesar de sua inteligência preservada, indivíduos com “autismo nível 1” necessitam de suporte contínuo. A inteligência pode ajudar a compreender o que é esperado socialmente, mas muitas vezes não é suficiente para superar os desafios comportamentais. Eles entendem o que é necessário, mas podem não conseguir aplicar esse conhecimento em contextos sociais variados.

Flexibilidade e variação de rotinas

Uma das maiores dificuldades enfrentadas por indivíduos com autismo nível 1 é lidar com a variabilidade e as mudanças nas rotinas diárias. Embora possam compreender intelectualmente a necessidade de mudança, a flexibilidade comportamental pode ser extremamente desafiadora. Isso pode resultar em significativa ansiedade ou estresse quando confrontados com situações novas ou inesperadas, o que reforça a importância de estratégias de intervenção personalizadas que incluem o ensino de habilidades de adaptação a novos contextos.

Hiperfoco

O hiperfoco, comum entre aqueles no nível 1 do espectro, pode ser visto tanto como uma força quanto como uma limitação. Por um lado, essa capacidade de se concentrar intensamente em áreas de interesse específicas pode levar a realizações excepcionais e a uma profunda acumulação de conhecimento. Por outro lado, esse mesmo hiperfoco pode limitar a flexibilidade cognitiva e social, dificultando o engajamento em atividades mais amplas ou a interação com os outros fora dessas áreas de interesse.

Inteligência e comportamento social

Embora a inteligência geralmente preservada em indivíduos com autismo nível 1 ofereça vantagens em termos de aprendizado e desempenho em tarefas acadêmicas ou técnicas, ela não necessariamente se traduz em habilidades sociais ou de comunicação eficazes. Isso destaca uma distinção crucial no autismo nível 1: a capacidade de “saber” não implica automaticamente a capacidade de “fazer”, especialmente em contextos sociais. A inteligência pode ajudar a entender regras e normas sociais, mas a aplicação desses conhecimentos em situações sociais reais requer suporte contínuo e aprendizado.

A importância de estratégias de suporte personalizados

Para lidar efetivamente com os desafios do autismo nível 1, é essencial que os profissionais envolvidos no cuidado desenvolvam estratégias de suporte que sejam personalizadas ao perfil individual do paciente. Isso pode incluir terapia comportamental, treinamento em habilidades sociais, e intervenções educacionais que focam tanto no desenvolvimento de flexibilidade cognitiva quanto na gestão de ansiedade. O apoio contínuo em áreas de comunicação social e adaptação às mudanças é crucial para ajudar esses indivíduos a alcançar uma melhor integração social e pessoal.

Conclusão

O autismo nível 1, conforme descrito no DSM-5, envolve uma gama de desafios que vão além da capacidade de usar a linguagem corretamente. O suporte profissional é essencial para diagnosticar corretamente esta condição, bem como para proporcionar as intervenções necessárias que podem melhorar significativamente a qualidade de vida desses indivíduos. Reconhecer os sinais e sintomas é o primeiro passo crucial para fornecer o apoio necessário.

Esperamos que este artigo tenha oferecido uma visão clara sobre o Autismo Nível 1 e como ele é abordado dentro dos critérios do DSM-5. Continue buscando conhecimento e compreensão sobre o autismo para melhor apoiar aqueles ao seu redor que estão no espectro.

Professor Lucelmo Lacerda

Professor, doutor em Educação pela PUC-SP, com estágio pós-doutoral em Psicologia na UFSCar, psicopedagogo e professor da Especialização em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) do CBI of Miami

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